Na mesma semana em que vários membros da RBBV atendiam a WTM Latin America em São Paulo, aqui do outro lado do mundo na Nova Zelândia, eu participava da TRENZ. Considerada a maior feira do turismo da Nova Zelândia, a feira reuniu aqui em Auckland alguns dos principais atores de uma indústria que movimenta cerca de 20 bilhões de dólares por ano.
Aproveitando os dias que estive na feira, gostaria de compartilhar com vocês algumas curiosidades e peculiaridades sobre o mercado do turismo nesta parte do planeta e um pouco da minha percepção do mercado em relação os blogs de viagem e as mídias sociais.
Bem como é de se imaginar, A Austrália é e continua sendo o maior mercado de turismo da Nova Zelândia, sendo responsável por cerca de metade de todos os visitantes que vistam o país. No ano passado, 1,1 milhão de australianos visitaram a Nova Zelândia, um aumento de 1,4 por cento em relação ao ano anterior. Até 2018 a meta é que este número chegue em 1,5 milhões de visitantes anuais. E como as moedas dos dois lados do mar da tasmânia flutuam em grande parte em conjunto, os Australianos praticamente não sentem a variação do câmbio sentida por outros mercados.
A Inglaterra que historicamente sempre foi o segundo maior mercado do turismo da Nova Zelândia perdeu a posição para a China ano passado e não deve conseguir recuperar seu post tão cedo (se conseguir um dia). O número de ingleses visitando a NZ continua muito abaixo dos níveis de antes da crise de 2008.
Como mencionado acima, a China é a “menina dos olhos” do turismo neozelandês no momento. Desde que a NZ foi declarada como um destino aprovado pelo governo chinês em 1999, o número de chineses visitando o país dobra a cada 2 anos e só não aumenta ainda mais pelo restrição da emissão de vistos. Mas muito em breve, passageiros chineses com cartão de milhagem em níveis elevados de pontuação, terão acesso ao visto de forma facilitada. Em 5 anos estima-se que o país esteja recebendo 1 milhão de chineses ao ano.
O turismo da Nova Zelândia é responsável por cerca de 15,4% da receita da balança comercial do país. 99% dos visitantes que chegam ao país chegam aqui de avião. Porém o número de cruzeiros na Nova Zelândia triplicou nos últimos 10 anos. Neste verão 2012/2013 o porto de Auckland recebeu mais de 100 cruzeiros. Alguns dias haviam até 3 navios atracados no porto.
A Air NZ pretende reforçar sua capacidade na América do Norte (4o maior mercado da Nova Zelândia) este ano e, além disso, é de escopo da estratégia da empresa a criação de novas rotas para mercados emergentes como Indonésia, Índia e potencialmente a América Latina, com a chegada do Boeing 787-9 (primeira cia. a receber estes aviões de ultra longo alcance até o final de 2014). O que abre todos os tipos de possibilidades e quem sabe até mesmo a Air New Zeland começar a voar do Brasil (só falta acontecer como foi em Cingapura, fomos embora de lá e a Singapore Airlines começou operar no Brasil).
Outra boa notícia, que potencialmente pode afetar nós brasileiros e nós blogueiros de viagens é que os gastos do governo na promoção do turismo vão aumentar em 158 milhões de USD nos próximos quatro anos. A maior parte deste dinheiro (84 milhões) vai reforçar o orçamento de promoção da Nova Zelândia no exterior e uma pequena parcela deste dinheiro será destinado a promoção do país na América Latina, já o restante do dinheiro será utilizado para financiamento e empreendimentos e projetos turísticos aqui.
Enfim, a TRENZ foi uma excelente oportunidade para fazer contato com diversas pessoas da indústria do turismo, que na grande maioria das vezes se mostraram bastante receptivas ao trabalho com blogueiros e mídias sociais. Porém com menos de 12.000 brasileiros visitando a Nova Zelândia por ano, não somos um mercado tão relevante assim (ainda). Muitas pessoas com que conversei durante a feira, apontam que a distância e falta de um vôo direto como um dos maiores entraves para a abertura do mercado brasileiro. Muito ainda tem que ser feito na promoção da Nova Zelândia como um destino para brasileiros, mas no que depender de mim ele certamente poderá se tornar mais relevante. E como fiz questão de frizar para várias pessoas com quem conversei, trabalhar com blogueiros e com as mídias sociais é uma forma econômica e efetiva de se promover um destino.
Vamos torcer para que estas conversas venham a dar resultados. Afinal de contas até hoje não conheci uma pessoa que não tenha vontade de visitar a Nova Zelândia pelo menos uma vez na vida.
Aproveite para conferir os posts que os membros da RBBV já escreveram sobre o país.
Texto e Fotos por MauOscar Blog de Viagens